O governo federal avalia cenários para minimizar impactos caso os Estados Unidos, governados por Donald Trump, adotem sanções comerciais contra o Brasil. Apesar do pequeno déficit comercial com os americanos em 2024, de US$ 253 milhões, o Brasil busca reforçar sua posição econômica global por meio de uma sólida parceria com a China, principal destino das exportações brasileiras. A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou que o saldo comercial favorável aos EUA pode ajudar o Brasil a evitar uma elevação tarifária.
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos segue marcada por forte interdependência, com as empresas de ambos os países mantendo vínculos sólidos. “O fluxo intercompanhia significativo entre o Brasil e os Estados Unidos deve fazer com que a relação comercial não seja apenas poupada, mas privilegiada”, afirmou Tatiana. Além disso, o Diálogo Comercial Brasil–Estados Unidos, retomado em 2024, é visto como peça-chave para mitigar possíveis tensões no comércio bilateral.
Paralelamente, o Brasil enfrenta um cenário complexo no comércio com a China, onde as exportações caíram 9,3% em 2024 devido à desaceleração econômica do país asiático e à queda nos preços de commodities. Apesar disso, a dependência chinesa ainda é estratégica, com exportações de US$ 104,3 bilhões em 2023. Especialistas alertam que o alinhamento com a China pode ser usado como contrapeso político e econômico frente à postura protecionista do governo Trump, que assumirá em breve.