O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou nesta terça-feira (22) que a direita conservadora, representada pelo ex-candidato Pablo Marçal (PRTB), conseguiu “seduzir” parte da periferia com um discurso que considera enganoso. Segundo Boulos, o desempenho de Marçal no primeiro turno das eleições, com 28,14% dos votos, acendeu um alerta para a esquerda, que historicamente tenta manter o apoio dos setores de baixa renda. “A extrema-direita soube passar uma mensagem sedutora, mas hipócrita, porque não está verdadeiramente preocupada com essas pessoas”, declarou Boulos em entrevista à GloboNews.
Além disso, o candidato reconheceu que o eleitorado de Marçal não é homogêneo, afirmando que muitos votaram no empresário sem se identificarem com a direita. Boulos apontou que a falta de apoio formal de Marçal ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) pode aumentar a abstenção no segundo turno, onde Nunes lidera com 56,5% das intenções de voto, segundo pesquisa da AtlasIntel. Boulos prometeu que, caso eleito, governará para todos os paulistanos, prometendo superar “ranços ideológicos” e dialogar com todas as classes sociais.
Por fim, Boulos defendeu a necessidade de reconquistar o apoio de trabalhadores informais, que, segundo ele, têm sido mais receptivos ao discurso da direita. Em sua campanha, o psolista propôs iniciativas como as “Casas do Trabalhador de Aplicativo” e crédito de R$ 20 mil para mulheres empreendedoras da periferia. Apesar disso, Boulos ainda enfrenta dificuldades para atrair o eleitorado de Marçal, fator que explica sua desvantagem nas pesquisas frente a Nunes, que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).