A potencial indicação do coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo como vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes (MDB) vem sacudindo o panorama político em São Paulo. Conhecido por sua postura conservadora e pelo comando na Rota, além da responsabilidade pela militarização do Ceagesp durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o coronel poderia representar uma peça-chave para desembaraçar o jogo político na capital paulista. A revelação de Lauro Jardim no jornal O Globo pegou de surpresa aliados próximos de Nunes, que, inicialmente, buscavam um perfil bolsonarista menos conservador para integrar a chapa.
A trajetória do coronel, iniciada na Polícia Militar de São Paulo em 1987, e seu comando firme na Rota entre maio de 2017 e fevereiro de 2019, suscita dúvidas sobre como essa escolha reverberará na base eleitoral de Nunes, historicamente mais inclinada às ideias de centro-esquerda. A despeito do possível respaldo do PL, a indicação destaca uma abordagem decidida na segurança pública, indicando uma previsível mudança nas políticas municipais, especialmente no contexto da Guarda Civil Municipal (GCM).
Em entrevista ao O Globo, em dezembro de 2023, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto ressaltou que Bolsonaro prometeu uma “surpresa” com o nome do vice, sugerindo que a escolha estratégica pode ter desdobramentos ainda não completamente claros. A recente aproximação entre Bolsonaro e o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) adiciona uma camada de incerteza ao processo eleitoral, com especulações sobre uma eventual mudança de partido por parte do ex-ministro do Meio Ambiente.