O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (16) em entrevista ao New York Times que não apoia a possibilidade de seus filhos concorrerem à presidência da República, mesmo diante de sua própria inelegibilidade até 2030, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro declarou que acredita ser necessário ter “uma certa experiência” para assumir o cargo máximo do Executivo e que, por enquanto, seu apoio se limitará a candidaturas ao Congresso Nacional, onde seus filhos já têm atuação consolidada.
Durante a conversa, Bolsonaro também voltou a comentar sobre as eleições de 2022, que abriram a porta para o retorno de Lula da Silva (PT). O ex-presidente reforçou que cogitou decretar estado de sítio na época, mas desistiu após o ministro do STF Alexandre de Moraes negar o pedido de invalidar os votos apresentado pelo Partido Liberal (PL). “Nós perdemos”, declarou Bolsonaro, negando ainda qualquer tentativa de atentar contra Moraes ou os demais membros do novo governo. Sobre o futuro jurídico, afirmou que sua principal preocupação é “quem vai me julgar”.
Bolsonaro também expressou frustração pelo veto à sua ida aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. Moraes negou a liberação de seu passaporte, apreendido no âmbito das investigações sobre um suposto plano de golpe em 2022. A decisão contrasta com o entusiasmo do ex-presidente em relação ao convite de Trump, que classificou como “motivo de orgulho”. Enquanto isso, o cenário político para 2026 apresenta a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possíveis candidatos, ambos com forte potencial eleitoral.