O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que a nota emitida pela Corte em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes teve como objetivo evitar o agravamento da tensão com o governo de Donald Trump. “O conflito faz mal para o país”, declarou Barroso em entrevista à GloboNews, destacando que o STF teria atuado dentro da legalidade e do devido processo legal, inclusive no caso da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o posicionamento do tribunal visa mostrar ao mundo que os julgamentos seguem padrões internacionais.
As declarações do ministro ocorrem em meio a especulações sobre uma possível ampliação das sanções previstas na Lei Magnitsky, que já atingiu Alexandre de Moraes, ministro do STF. Caso o governo americano decida estender as punições, os bens de Barroso em território norte-americano podem ser atingidos. Sua família mantém um apartamento de luxo em Key Biscayne, em Miami, avaliado em US$ 4,1 milhões, registrado atualmente em nome do filho do ministro, Bernardo Van Brussel Barroso, por meio de uma empresa offshore.
A propriedade, comprada em 2014, está registrada sob a Telube Florida LLC, inicialmente vinculada à esposa de Barroso, já falecida. O imóvel foi adquirido por US$ 3,1 milhões do empresário argentino Eduardo Constantini, e seu registro oficial consta no sistema do Condado de Miami-Dade. Se aplicadas sanções ao ministro Barroso, tanto o imóvel quanto a empresa e outros bens relacionados ao magistrado poderiam ser congelados, o que pode ser visto como uma medida de pressão do governo dos Estados Unidos para que o STF reveja seu papel de guardião da Constituição e permita uma saída para a crise institucional que o Brasil vive na atualidade.