Durante um encontro em Brasília, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, descartou a meta fiscal de déficit zero, ressaltando a falta de confiança generalizada e a complexidade da conexão entre equilíbrio fiscal e redução automática das taxas de juros. Sua ênfase recaiu sobre a necessidade de estabilidade macroeconômica, mesmo diante de expectativas pessimistas.
Ninguém hoje espera que o governo vá adotar uma meta de zero por cento. Mesmo assim, percebemos que isso teve pouca influência nas variáveis macroeconômicas”, afirmou Campos.
Enquanto Campos Neto apresentava seus argumentos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), expressava críticas durante uma conversa com jornalistas na Alemanha. O ministro manteve sua aposta otimista em um crescimento econômico superior a 3%, atribuindo a demora do Banco Central em iniciar cortes na taxa básica de juros ao PIB positivo, porém abaixo das expectativas.
O Banco Central começou a cortar a taxa de juros somente em agosto. Tivemos um PIB positivo, mas fraco. Com os cortes nas taxas de juros, esperamos fechar o ano com um crescimento econômico superior a 3% e almejamos uma expansão na faixa de 2,5% no próximo ano. Contudo, o Banco Central precisa desempenhar seu papel”, declarou o petista.