A semana se encerra de maneira melancólica para o Governo Federal. Depois da derrubada do veto de Lula à desoneração da folha de pagamento, logo em seguida o Congresso derrubou também o veto do presidente ao marco temporal para demarcação de terras indígenas. Na Câmara, foram 321 votos favoráveis a 137 votos contrários. No Senado, foram 53 votos favoráveis a 19 contrários.
Mas essa votação teve um gosto ainda mais amargo para a esquerda. O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), que retomou seu assento como senador nesta semana de votações importantes no Legislativo, foi um dos que votaram contra a manutenção do veto. O Executivo também não pôde contar com o apoio de partidos que ganharam cargos importantes como o União, o Republicanos, o PSD, o PP e o MDB, todos com cargos na Esplanada dos Ministérios.
Com a queda do veto, passará a valer a tese que estabelece que os povos indígenas terão direito somente à demarcação de terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Com isso, as áreas sem a ocupação de indígenas ou com a ocupação de outros grupos neste período não podem ser demarcadas.
Com a derrubada do veto, foi resgatado um trecho que permite aos povos indígenas firmar contrato para turismo nas áreas demarcadas. Por outro lado, Os parlamentares mantiveram os vetos ao plantio de transgênicos em terras indígenas.