O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta sexta-feira (4) que os países do BRICS promovam um aumento global de impostos sobre os super-ricos. Durante a reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, o ministro criticou a política tributária adotada desde os anos 1970, que, segundo ele, reduziu as alíquotas para a parcela mais rica da população mundial. “Isso precisa ser repensado”, afirmou, ao citar que cerca de 3 mil famílias concentram US$ 15 trilhões em riqueza.
A proposta ocorre no momento em que o governo Lula (PT) amplia a carga tributária interna, medida frequentemente criticada por setores produtivos e defensores do livre mercado. Haddad justificou a ideia com base na atual concentração de renda global e nos efeitos prolongados de crises recentes, como a pandemia e o colapso financeiro de 2008, alegando que países enfrentarão “restrições fiscais importantes”. Mesmo com a possível queda de juros, o ministro acredita que o cenário fiscal mundial ainda é instável.
Antes de seu discurso, Haddad elogiou decisões do Supremo Tribunal Federal, como a suspensão de decretos relacionados ao IOF. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes. Segundo Haddad, essa postura fortalece o equilíbrio institucional: “A decisão do ministro Alexandre busca esse caminho de mostrar até que ponto cada Poder pode ir”. Apesar das declarações, o ministro negou qualquer crise entre Executivo, Legislativo e Judiciário.