O apoio ao pedido de impeachment de Lula (PT) alcançou 117 deputados. A iniciativa, impulsionada principalmente por parlamentares do PL, acusa o governo de cometer “pedaladas fiscais” no programa Pé-de-Meia, que utilizou R$ 6 bilhões fora do Orçamento aprovado pelo Congresso, furando a Lei de Responsabilidade Fiscal. O Tribunal de Contas da União (TCU) já havia determinado o bloqueio dos recursos do programa, alimentando as críticas e fortalecendo o movimento opositor que pretende protocolar o pedido até 1º de fevereiro, após o recesso legislativo.
Apesar do crescimento da adesão, o processo enfrenta barreiras consideráveis. Para avançar na Câmara, são necessários dois terços dos votos, ou seja, 342 deputados, quórum difícil de atingir considerando o amplo arco de alianças do governo, que inclui ministros de onze partidos, como União Brasil, PSD, MDB e PP. No Senado, onde o julgamento seria conduzido, também seria necessário obter 54 votos para aprovação.
As semelhanças com o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, são um ponto de destaque para a oposição. Ambas as situações envolvem gastos fora do orçamento, configurando “pedaladas fiscais” — termo já amplamente conhecido pela opinião pública. O relator do caso atual no TCU, ministro Augusto Nardes, também participou do processo que resultou na cassação de Dilma. Segundo o relatório técnico, o governo Lula criou um fundo privado para operacionalizar o programa Pé-de-Meia, driblando limites fiscais e disfarçando o aumento da dívida pública, o que reacendeu a mobilização da oposição no Congresso.