O governo federal anunciou uma proposta de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil mensais, medida que pode entrar em vigor em 2026. Embora o governo defenda que a mudança busca justiça tributária sem comprometer a arrecadação, a decisão é vista por analistas como uma manobra eleitoral para fortalecer a imagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), potencial candidato à presidência pelo PT. A medida, voltada especialmente para a classe média, visa atender a um eleitorado estratégico em um momento em que o governo Lula (PT) enfrenta baixa aprovação, com 51% de rejeição, segundo pesquisa recente.
A isenção, quase dobrando o limite atual de R$ 2.824, gerou desconfiança no mercado financeiro, contribuindo para a disparada do dólar, que atingiu R$ 6. Mesmo com os cortes de gastos prometidos para compensar o impacto fiscal, a medida foi classificada como populista por críticos, que apontam riscos para o equilíbrio econômico. Ainda assim, a proposta pode contribuir a que Haddad seja visto como um defensor da classe média, tentando superar o desgaste eleitoral do PT e posicionando-se como o nome capaz de enfrentar candidatos competitivos como Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas em 2026 (Republicanos) que já o venceram em eleições recentes.
Especialistas avaliam que, apesar do impacto negativo na economia, a estratégia de Haddad pode render dividendos políticos. Com Lula enfraquecido nas pesquisas e Haddad marcando apenas 14,5% em um cenário contra Bolsonaro, o ministro aposta em uma medida que dialoga diretamente com o eleitorado de renda média. “Qualquer aumento da faixa de isenção […] trata-se de buscar justiça tributária”, declarou Haddad, sinalizando que a proposta também é uma tentativa de reverter o desgaste do governo junto a esse segmento.