Durante a crise da Covid-19, o número de indivíduos ricos no Brasil cresceu substancialmente, deixando em evidência uma notável ascensão no número de novos milionários de 2021 para 2022, de acordo com o Global Wealth Report 2023, lançado pelo Credit Suisse e pelo UBS, o contingente de pessoas com riqueza acima de US$ 1 milhão cresceu de 293 mil em 2021 para 413 mil no ano passado.
Contudo, essa ascensão na riqueza individual não pode ser dissociada do contexto global. Durante o auge dos lockdowns, os 10 indivíduos mais ricos do mundo viram suas fortunas mais que dobrarem, saltando de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão, com um ritmo impressionante de incremento de US$ 15 mil por segundo, equivalente a US$ 1,3 bilhão por dia. No entanto, essa concentração extrema de riqueza tem sua contrapartida: 99% da população mundial experimentou uma queda na renda, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza.
No contexto brasileiro, a dualidade é evidente, com 55 bilionários, cuja riqueza total se aproxima de US$ 176 bilhões. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o país viu o surgimento de 10 novos bilionários, fazendo contraste com a realidade enfrentada pela maioria da população, com 90% experimentando uma redução de 0,2% na renda entre os anos de 2019 e 2021. Esses dados apresentam um reflexo das complexas circunstâncias econômicas que a pandemia exacerbou, desencadeando problemas significativos no equilíbrio da distribuição de riqueza.