Rússia suspende sua participação do pacto que permitia o escoamento de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro. O acordo, negociado pelas Nações Unidas e pela Turquia, tinha como finalidade aliviar uma crise global de alimentos, o que possibilitava que os grãos ucranianos, bloqueados nos portos pelo conflito Rússia-Ucrânia, fossem exportados com segurança.
Por meio da embaixada russa em Minsk, a Rússia notificou formalmente a Ucrânia que estava suspendendo sua participação no acordo; e justificou que suas demandas para melhorar as exportações de grãos e fertilizantes não foram atendidas. Além de reclamar que os países pobres não recebiam grãos suficientes.
De acordo com especialistas, ainda é cedo para prever impactos do fim do acordo para o Brasil e o agronegócio. A Ucrânia, importante fornecedor de trigo e milho, saindo do mercado devido às dificuldades de embarques, pode impactar positivamente países como o Brasil, que serão alternativas para as vendas.
Para Élcio Bento, analista de trigo da Safras, o fim do acordo pode ser retomado a qualquer momento. Ele explica que o Rio Grande do Sul, por exemplo, em relação ao trigo, precisa escoar excedentes, e que é necessária essa maior participação nas exportações, independente da presença ucraniana no mercado.
“Dessa forma, o que pode mudar é o patamar de preço que ele será vendido, sendo esse o principal fator para o setor”, destaca Bento.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, informou que a Rússia retornará imediatamente à implementação do pacto assim que os acordos forem cumpridos. E reitera que a decisão de não renovar o acordo não está relacionada a um ataque noturno na ponte entre a Rússia e a Crimeia.
Com Money Times, Trade News e Agência Brasil