O Governo Federal avalia aumentar tarifas de importação sobre carros e aço em 2025, com o objetivo de gerar cerca de R$ 14 bilhões e compensar o déficit no Orçamento. A medida, que consta no relatório da receita do PLOA aprovado pela Comissão Mista de Orçamento, busca proteger setores nacionais diante da forte entrada de produtos chineses. A equipe econômica de Lula estuda recompor alíquotas para conter a pressão sobre a indústria local, que reclama da perda de competitividade frente às importações.
A decisão é justificada por técnicos como resposta a “surtos de importação” provocados por movimentações geopolíticas. Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu tarifas contra a China, parte das mercadorias foi redirecionada para mercados alternativos, incluindo o Brasil. Com isso, setores estratégicos pressionam o governo Lula para adotar mecanismos de defesa comercial, argumentando que a entrada maciça de produtos estrangeiros ameaça empregos e produção nacional.
O setor de aço projeta queda na produção e aumento superior a 30% nas importações em 2025, enquanto o segmento automotivo reivindica recomposição tarifária de até 35%. A expectativa é que o Governo Federal anuncie medidas de proteção já no próximo ano, embora ainda não haja detalhamento sobre a aplicação dos recursos previstos. A arrecadação adicional seria usada para equilibrar as contas públicas, mas a falta de clareza sobre a destinação reforça críticas à condução econômica do petista, contrastando com os anos de equilíbrio fiscal sob Jair Bolsonaro (PL).
