O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso nesta quinta-feira (14) pela Polícia Federal, durante nova fase da Operação Sem Desconto. A investigação apura a prática de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, atingindo milhares de beneficiários. Stefanutto, que ocupou o cargo até abril, é suspeito de envolvimento direto na estrutura que permitiu os desvios, em um esquema que comprometeu a confiança no sistema previdenciário.
Stefanutto havia sido convocado pela CPI do INSS no mês passado, onde inicialmente se recusou a responder aos questionamentos do relator Alfredo Gaspar (União-AL), mas acabou colaborando. Durante a sessão, afirmou ter sido convidado ao cargo pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), reforçando o vínculo político com o governo Lula. Filiado ao PSB, sua nomeação foi celebrada pelo partido, que depois negou oficialmente a indicação.
Com carreira técnica na Receita Federal e na Advocacia-Geral da União, Stefanutto também integrou a equipe de transição do governo Lula, além de ocupar cargos estratégicos no INSS desde 2011. Sua defesa classificou a prisão como “completamente ilegal” e alegou que ele vem colaborando com as investigações. A advogada Ana Miranda afirmou que ainda não teve acesso à decisão judicial, mas buscará os fundamentos para contestar a medida. O ex-presidente do INSS nega qualquer irregularidade.
