O Governo Federal intensificou a liberação de recursos parlamentares, destinando cerca de R$ 2,9 bilhões em emendas entre os dias 22 e 24 de setembro — o maior volume semanal desde julho. A movimentação ocorre às vésperas da votação, marcada para 1º de outubro, do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. A medida pode beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros e é considerada estratégica para a campanha de reeleição do presidente Lula em 2026.
A retomada do ritmo de empenhos — etapa inicial da execução orçamentária, que garante a reserva dos valores — sinaliza articulação política para destravar pautas prioritárias. Deputados e senadores, de olho nas eleições do próximo ano, buscam garantir obras e investimentos em seus redutos eleitorais.
Outro tema sensível em debate no Congresso é o chamado PL da Anistia, que visa beneficiar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A proposta enfrenta resistência da base governista.
O empenho, embora não represente pagamento imediato, funciona como garantia de que os recursos serão liberados futuramente, permitindo a contratação de serviços e obras. Após essa fase, seguem os processos de liquidação e pagamento, conforme previsto no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop).
A liberação acelerada de bilhões em emendas parlamentares, realizada por Lula, revela uma estratégia política clara: garantir apoio legislativo para pautas populares que podem impulsionar a reeleição em 2026. Após um agosto praticamente estagnado, o ritmo voltou a subir, indicando uso da chamada “fisiologia” como ferramenta de negociação.