O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (22) a inclusão de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. A medida foi adotada por sua colaboração com o magistrado, já punido em agosto por violações aos direitos humanos. A decisão amplia o cerco financeiro à família Moraes, congelando ativos nos EUA e restringindo operações em qualquer moeda com cartões de bandeira americana ou com empresas vinculadas ao sistema financeiro dos Estados Unidos.
Viviane Barci é sócia de um escritório de advocacia e coproprietária do Lex Instituto de Estudos Jurídicos, entidade familiar que detém 11 imóveis, incluindo a residência do ministro em São Paulo. A sanção foi reforçada após denúncias feitas por defensores do Estado de Direito, que apontaram a atuação da advogada como peça-chave na sustentação financeira do magistrado. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que deixar Viviane fora das sanções seria “contraproducente”, destacando que escritórios ligados a parentes de autoridades estão mapeados para futuras punições.
A decisão americana foi oficializada durante a viagem de Lula (PT) a Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU. O timing da medida impôs constrangimento à delegação brasileira, que agora enfrenta pressão internacional em meio à crescente crítica sobre abusos judiciais. Segundo o secretário de Estado Marco Rubio, Moraes autorizou detenções preventivas injustas e minou a liberdade de expressão, justificando a aplicação da Lei Magnitsky, usada contra ditadores e líderes de regimes autoritários.