O Vaticano inicia nesta quarta-feira (7) o conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica, com destaque para a presença de um brasileiro entre os principais candidatos ao trono de Pedro. Dom Leonardo Steiner, cardeal arcebispo de Manaus, é o primeiro representante da Amazônia a ser elevado ao cardinalato e agora desponta como possível sucessor do papa Francisco, falecido em abril. A eleição reunirá 133 cardeais com menos de 80 anos, num processo que pode se encerrar em até dois dias.
O cenário da sucessão papal expõe a disputa entre alas progressistas e conservadoras dentro do Vaticano. Nomes como o italiano Pietro Parolin e o francês Jean-Marc Aveline simbolizam a continuidade da linha de Francisco, enquanto figuras como Péter Erdő, da Hungria, representam um perfil mais tradicional. O brasileiro Steiner, com trajetória ligada à educação e à região amazônica, mantém um discurso moderado e discreto, sem nuances ideológicas marcadas. Sua ascensão nos últimos anos teve respaldo direto do falecido papa, que o tornou cardeal em 2022.
Entre os concorrentes, há ainda representantes dos Estados Unidos, da Ásia, da África e da Europa, reforçando a diversidade geográfica e doutrinária da Igreja. Steiner foi secretário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, além de ter atuado como educador e teólogo. Segundo a Santa Sé, sua inclusão no colégio cardinalício visava “valorizar a Igreja na Amazônia”, em meio a discursos internacionais sobre meio ambiente.