As estatais controladas pelo Governo Federal registraram um deficit de R$ 1,75 bilhão no primeiro trimestre de 2025, liderando o rombo de R$ 1,27 bilhão das estatais em todo o país, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O valor representa o segundo pior resultado já registrado para o período, ficando atrás apenas do mesmo trimestre de 2024. Enquanto isso, empresas controladas por governos estaduais tiveram superavit de R$ 1,04 bilhão, o que evidencia a diferença de gestão entre esferas do poder público.
O prejuízo se reflete diretamente na operação de empresas como os Correios, que enfrentam paralisações em diversos estados. No Paraná, a transportadora Transvel suspendeu as atividades alegando falta de pagamento: “Estamos com o imposto atrasado, parcela de caminhão atrasado. Tem empresário com busca e apreensão dos veículos”, disse Vanderlei Gabriel de Souza, dono da empresa. Em Santa Catarina, os próprios funcionários dos Correios aprovaram greve, citando más condições de trabalho e atrasos salariais como motivadores.
Na Petrobras, petroleiros organizaram greve de 24 horas por insatisfação com a atual presidência e exigem mudanças em políticas de teletrabalho e remuneração. Já na Embraer, mesmo após registrar lucro recorde em 2024, trabalhadores rejeitaram a proposta de Participação nos Lucros e Resultados, considerando o modelo injusto. “Batemos todas as metas e, mesmo assim, a empresa insiste em manter uma PLR limitada e desigual”, afirmou Herbert Claros, diretor do sindicato local. O acúmulo de greves e insatisfações evidencia a deterioração da relação entre gestão pública e trabalhadores sob a atual administração federal.
