Com 123 parlamentares, a união entre União Brasil e Progressistas cria a maior bancada do Congresso Nacional, superando o PL e a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV. A nova aliança, batizada de União Progressista (UP), terá 109 deputados na Câmara e 14 senadores, funcionando como uma agremiação partidária única. Segundo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à Presidência, o grupo está pronto para liderar o país: “Vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”.
Além de reorganizar forças no Legislativo, a federação tem como objetivo influenciar diretamente a disputa presidencial de 2026. O nome de Caiado é defendido internamente, enquanto o PP articula a possibilidade de lançar Ciro Nogueira como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Ambos os partidos indicam que haverá um rompimento definitivo com o governo Lula (PT), apesar de alguns de seus quadros ainda ocuparem cargos ministeriais. Para ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, “é inevitável que a gente avance para uma posição de desvinculação completa em relação ao governo”.
A federação defende uma agenda de modernização do Estado e crescimento econômico, com forte ênfase na responsabilidade fiscal. Em manifesto, os partidos criticam o baixo desempenho da economia brasileira nas últimas décadas e pregam um “Choque de Prosperidade”, com reformas que incluam maior abertura ao capital privado e redução do peso da máquina pública. A iniciativa preocupa o PT, que teme a consolidação de um novo polo de centro-direita com musculatura suficiente para disputar o protagonismo político e desmontar a atual base de apoio ao Planalto.