A crise envolvendo o Ministério da Previdência Social levou o PDT a ameaçar romper com o governo Lula (PT) caso o ministro Carlos Lupi seja demitido. O líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), declarou que a saída de Lupi representaria, na prática, a expulsão do PDT da base governista. “Se Lupi for demitido, ele [Lula] demite o partido”, afirmou ao Poder360, ressaltando que a legenda não indicaria substitutos para o cargo.
Em meio ao escândalo bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões no INSS, subordinado à pasta de Lupi, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) defendeu a permanência do ministro, alegando que sua saída prejudicaria aposentados e pensionistas. “Qualquer movimento para demitir o ministro Carlos Lupi só pode atender a interesses diferentes dos beneficiários da Previdência”, disse Rocha. Apesar da gravidade das denúncias, Ciro Gomes, principal nome do PDT e crítico frequente de Lula, ainda não comentou diretamente o caso.
As investigações da Polícia Federal e da CGU apontam que associações conveniadas ao INSS podem ter desviado mais de R$ 6 bilhões nos últimos anos. Apesar de admitir ter sido alertado sobre irregularidades desde o início de 2023, Lupi apenas tomou providências em março de 2024, negando omissão. A crise culminou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado e defendido por Lupi, por ordem direta de Lula.