Apesar de não ocupar cargo público, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, embarcou neste domingo (9) para Roma, na Itália, com despesas custeadas pelo Governo Federal. A viagem, oficializada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (7), ocorre enquanto a administração de Lula (PT) mantém restrições ao acesso de informações sobre os compromissos da primeira-dama, alegando que ela não está sujeita às normas de transparência por não ter função formal no Executivo.
Janja participará da 48ª Sessão do Conselho de Governança do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), vinculado à ONU, e de uma reunião com o Papa Francisco no Vaticano. O evento internacional também conta com a presença do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT), que lidera a comitiva. A primeira-dama terá papel na escolha do novo presidente da Aliança Global de Combate à Fome, enquanto o Brasil tenta assumir a liderança do grupo.
Mesmo sem cargo oficial, Janja tem uma equipe de assessoria e viaja acompanhada de estrutura de segurança federal. A falta de transparência sobre suas atividades já foi alvo de críticas da ONG Transparência Internacional Brasil, cujo diretor-executivo, Bruno Brandão, afirmou que o governo desrespeita a Lei de Acesso à Informação ao manter sigilo sobre seus compromissos. Enquanto isso, Lula planeja mudanças na legislação, mas sem previsão de tornar públicas as agendas e despesas da primeira-dama, que em 2024 ultrapassaram a marca de R$ 63 milhões.