Vereadores de São Paulo discutiram nesta quinta-feira (6) se uma mulher que nasceu homem é homem ou mulher, durante um debate na Câmara Municipal. O vereador Lucas Pavanato (PL) afirmou que a vereadora Amanda Paschoal (PSOL), mulher trans, “é biologicamente homem” e defendeu que diferenças biológicas justificam restrições à participação de trans nos esportes femininos. O tema foi impulsionado por uma medida adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que proibiu a presença de atletas trans em competições femininas.
Em resposta, Amanda Paschoal declarou que processará Pavanato por transfobia e solicitou ao Ministério Público de São Paulo a abertura de um inquérito criminal por injúria transfóbica. “Foram transfóbicos comigo nominalmente”, afirmou a vereadora, criticando falas que, segundo ela, colocam vidas trans em risco. Pavanato, por sua vez, negou qualquer crime e afirmou que apenas expressou uma posição baseada em fatos científicos. “Isso mostra o quanto são autoritários. Disse a verdade; não tenho medo”, declarou o parlamentar bolsonarista.
Apesar do confronto ideológico, os vereadores estiveram juntos dias antes em um protesto de motociclistas pelo direito ao serviço de mototáxi por aplicativo em São Paulo. Pavanato se posicionou a favor da liberação do serviço e criticou a gestão Ricardo Nunes (MDB) pela apreensão de motos e aplicação de multas, enquanto Amanda Paschoal e Luana Alves (PSOL) defenderam um debate mais amplo. O serviço está suspenso desde 27 de janeiro por decisão judicial, após impasse entre as empresas 99, Uber e a Prefeitura.
