As contas públicas do Governo Federal fecharam 2024 com um déficit primário de R$ 43 bilhões, equivalente a 0,36% do PIB, conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Embora o rombo tenha sido menor do que o registrado em 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 228,5 bilhões, a meta inicial do governo era zerar o déficit. Para economistas, a situação ainda é preocupante, pois o controle das despesas continua distante do necessário para conter o crescimento da dívida pública.
Parte do alívio nas contas públicas veio da arrecadação recorde de R$ 2,65 trilhões, impulsionada pelo aumento de impostos e crescimento econômico. Além disso, o governo limitou gastos ao bloquear R$ 17,6 bilhões ao longo do ano, atingindo setores essenciais como Saúde (R$ 4,38 bilhões) e Educação (R$ 3,04 bilhões). Apesar dessas medidas, analistas alertam para a dependência de receitas extraordinárias e ajustes pontuais, sem um plano estruturado para equilibrar as contas a longo prazo.
Diante do cenário fiscal complicado, o governo aprovou um pacote de cortes de gastos para 2025 e 2026, projetando um impacto de R$ 69,8 bilhões, embora economistas estimem um efeito real menor. Questionado sobre novas medidas fiscais, Lula (PT) afirmou que não pretende adotar novos ajustes: “Se depender de mim, não tem outra medida fiscal”. No entanto, especialistas argumentam que a pressão sobre os juros e o crescimento da dívida exigirão ações mais efetivas para garantir a estabilidade econômica do país.