O Brasil enfrenta uma deterioração econômica que tem causado alarme entre analistas e investidores estrangeiros. O Wall Street Journal (WSJ) destacou, em uma coluna assinada por Mary Anastasia O’Grady, nesta segunda-feira (23), a fuga de capitais e a desvalorização do real como reflexos da crise política e fiscal. Para a colunista, a falta de confiança na gestão de Lula da Silva (PT) e os gastos excessivos do governo são fatores centrais para o cenário atual. “Enquanto Brasília não retornar ao controle de capitais, investidores têm uma saída e provavelmente a utilizarão”, afirmou O’Grady.
As recentes decisões do Banco Central, como a elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano e leilões de liquidez no mercado de câmbio, foram interpretadas como medidas emergenciais, mas insuficientes para conter a deterioração. No acumulado de 2024, o real já perdeu 28,2% de seu valor frente ao dólar, e o custo do crédito segue em alta, dificultando o consumo e o investimento. A Forbes Brasil também apontou que a persistência de uma inflação acima da meta, projetada para 4,89% em 2024, intensifica os problemas econômicos do país.
O’Grady também alertou que a postura populista de Lula, centrada em gastos elevados, é incompatível com a recuperação necessária. Apesar da menor taxa de desemprego histórica, o mercado de trabalho permanece marcado pela informalidade e empregos precários. A complacência de entidades empresariais e políticas em relação à crise foi duramente criticada pela Forbes, que chamou a atenção para a falta de mobilização por reformas estruturais. “O Brasil não suporta mais dois anos de inércia”, concluiu a publicação.