O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (27) que o general aposentado Keith Kellogg será seu enviado especial para buscar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Kellogg, de 80 anos, traz experiência como ex-chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional e conselheiro do ex-vice-presidente Mike Pence. Trump destacou a posição do militar “esteve ao meu lado desde o início” e afirmou que, juntos, buscarão “garantir a paz através da força e tornar a América e o mundo seguros novamente”.
O plano de Kellogg propõe congelar as linhas de batalha atuais e condicionar o envio de armas à Ucrânia à participação em negociações de paz. Adicionalmente, inclui alertar a Rússia sobre o aumento do apoio americano à Ucrânia caso Moscou se recuse a negociar e adiar a entrada ucraniana na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um ponto sensível para o Kremlin. No entanto, especialistas apontam que essas propostas podem enfrentar resistência da Ucrânia, que não estaria disposta a ceder territórios à Rússia como parte de um acordo.
A Rússia, que argumenta ter iniciado o conflito devido à ameaça de expansão da Otan, reagiu com críticas ao plano. Dmitry Polyanskiy, embaixador adjunto russo na ONU, disse que a retirada de apoio militar à Ucrânia seria uma “sentença de morte” para Kiev. A equipe de transição de Trump não comentou as declarações, mas o republicano já havia criticado a ajuda militar e financeira dos Estados Unidos ao país europeu, prometendo revisar esse apoio e buscar uma resolução rápida para o conflito.