O dólar comercial alcançou a marca histórica de R$ 6 nesta quinta-feira (28), em resposta à reação negativa do mercado às medidas fiscais anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O contrato futuro da moeda norte-americana subiu 0,5% no início do dia, acumulando alta de 2,62% no dia anterior, o que reflete a desvalorização do real. As propostas do governo, que incluem cortes de gastos e ampliação da isenção do Imposto de Renda, aumentaram as dúvidas sobre a capacidade do governo petista de equilibrar as contas públicas e sustentar a economia.
Entre as medidas anunciadas, o governo pretende cortar R$ 70 bilhões em despesas entre 2025 e 2026 e isentar do IR contribuintes que ganham até R$ 5 mil, mais que o dobro do limite atual de R$ 2.824, porém aplicando uma taxação adicional a quem recebe mais de R$ 50.000 por mês. Embora seja uma promessa de campanha de Lula (PT), a ampliação da isenção fiscal preocupa investidores, que veem risco de perda de receita e agravamento dos desequilíbrios fiscais. Segundo analistas, essa percepção tem pressionado ainda mais o real, contribuindo para a alta do dólar e para a instabilidade no mercado.
Projeções técnicas indicam que o dólar pode superar os 6.121 pontos, caso a tendência de alta continue, o que pode impactar diretamente o custo de produtos importados e pressionar a inflação. Por outro lado, uma reversão dessa trajetória depende de um fluxo vendedor que consiga romper a resistência nos 5.900 pontos. Com a alta acumulada, o real enfrenta um momento delicado, em que qualquer incerteza adicional pode agravar ainda mais o cenário econômico.