A Rússia criticou a possibilidade de a Ucrânia receber armas nucleares de aliados ocidentais, uma ideia levantada anonimamente em um relatório do jornal The New York Times. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou essa discussão como “absolutamente irresponsável” e argumentou que tais sugestões ignoram a gravidade de suas implicações. A postura de Moscou ocorre em meio a crescentes tensões, com a Rússia tendo revisado recentemente sua doutrina nuclear sobre o uso dessas armas.
Além disso, a Rússia já sinalizou que interpretaria qualquer fornecimento de armamento nuclear à Ucrânia como uma ameaça direta à sua segurança, justificando uma possível resposta nuclear. Dmitry Medvedev, alto funcionário da segurança russa, alertou sobre o risco de uma escalada caso o Ocidente avance com tal movimento. A Ucrânia, por sua vez, defende que ingressar na OTAN é a única forma de conter Moscou, especialmente após a entrega de suas armas nucleares em 1994, conforme estipulado pelo Memorando de Budapeste.
A nova doutrina nuclear russa, aprovada pelo ditador Vladimir Putin, detalha condições menos restritivas para o uso de armas nucleares, ampliando a possibilidade de resposta a ameaças à soberania ou à integridade territorial do país. A inclusão de Belarus, governada pelo ditador aliado Alexandr Lukashenko, como parte do escudo nuclear russo, e a adoção de linguagem propositalmente vaga no documento reforçam a estratégia de incerteza como forma de dissuasão. Para os ucranianos, entretanto, essa postura representa uma ameaça direta, exigindo maior preparo para enfrentar o invasor russo.