Rússia e Ucrânia convergiram em um ponto de acordo ao apontar o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump como possível mediador para o conflito que se arrasta desde 2022. Em uma publicação na plataforma X, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou a “abordagem da paz por meio da força” de Trump como fator potencial para alcançar um acordo justo para a Ucrânia. “Este é exatamente o princípio que pode praticamente aproximar a paz justa na Ucrânia”, afirmou Zelensky, que também parabenizou Trump pela “impressionante” vitória nas eleições dos Estados Unidos.
Durante sua campanha, Trump expressou repetidamente ceticismo quanto ao envio de ajuda militar contínua ao país, acusando o atual presidente Joe Biden de ter contribuído para a eclosão do conflito. O futuro presidente republicano disse que, assim que ele retornar à Casa Branca, buscará um fim rápido para a guerra, mantendo diálogo direto com Zelensky e o ditador russo, Vladimir Putin. Porém, autoridades em Kiev temem que um acordo intermediado por Trump possa favorecer o Kremlin, permitindo que a Rússia fortaleça sua posição militar.
O Kremlin, por sua vez, reagiu com cautela à eleição de Trump, indicando que só após a posse de janeiro será possível avaliar se suas promessas serão efetivamente cumpridas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que os EUA continuam sendo vistos como um país hostil, mas sinalizou que Moscou está disposto a manter diálogo com a nova administração norte-americana. O Ministério das Relações Exteriores russo reafirmou suas condições, conhecidas em Washington, mas não indicou mudança nas demandas para a resolução do conflito.