O mercado financeiro projeta uma elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 12,5% ao ano em junho de 2025, como medida para conter a crise econômica gerada pelos gastos do governo federal. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve decidir nesta quarta-feira (6) por um aumento de 0,5 ponto percentual, segundo estimativas do Boletim Focus, e o ano deve encerrar com a Selic em 11,75%. Essa sequência de aumentos se justifica pelo impacto do dinamismo do mercado de trabalho e pela pressão inflacionária, que forçam o Banco Central a adotar uma postura mais rígida.
Com o índice de desemprego em 6,4%, o segundo menor nível histórico, e o crescimento econômico impulsionado pela alta na renda e no emprego, o setor de serviços enfrenta pressões inflacionárias que preocupam o mercado financeiro. A expectativa é de que o Banco Central, chefiado por Gabriel Galípolo, continue a adotar ajustes em 2025, com uma elevação de 0,75 ponto percentual ao longo do ano. O cenário de alta nos juros, visto como necessário pelo mercado, reflete uma tentativa de compensar o aumento da demanda interna, incentivado pelo aquecimento do mercado de trabalho.
Para responder a essas preocupações, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), prepara um pacote de cortes de gastos, cujo anúncio é esperado para os próximos dias. O plano inclui emendas constitucionais que buscam limitar o crescimento de despesas obrigatórias, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada, e reformular o Fundeb para garantir uma melhor alocação de recursos. “Estamos na reta final”, afirmou Haddad, que participa diretamente das definições do pacote, esperando que a iniciativa recupere a credibilidade fiscal e acalme o mercado.