O Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Lula (PL), e o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiram apoiar o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), do partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para a presidência da Câmara dos Deputados. A adesão de PT e PL reforça o bloco de apoio a Motta, candidato do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na eleição que ocorrerá em fevereiro de 2025.
A decisão, porém, não foi unânime e gerou divisões internas, especialmente na ala bolsonarista do PL. Deputados como Júlia Zanatta (SC) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP) criticaram o apoio do partido a Motta, questionando a aliança com o PT e pedindo mais tempo para avaliar uma candidatura própria, que fosse alinhada aos interesses conservadores. A retirada da pauta de anistia aos condenados de 8 de janeiro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) também gerou insatisfação entre esses parlamentares, que esperavam agilizar a tramitação da proposta na CCJ para ajudar a reverter a inelegibilidade de Bolsonaro.
Mesmo com a pressão, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), confirmou que a maioria da bancada apoia a candidatura de Motta, e descartou a possibilidade de um nome próprio. “Diante do posicionamento da maioria da bancada, isso (candidato próprio) está descartado”, afirmou Côrtes, com respaldo de Valdemar Costa Neto, presidente do PL e do próprio Bolsonaro. Ainda assim, a base bolsonarista no Congresso expressa ceticismo quanto ao avanço da pauta da anistia, agora transferida a uma comissão especial, o que gera dúvidas sobre a real intenção de Lira em aprovar a medida esperada pelos cidadãos que esperam o reestabelecimento dos direitos de quem manifesta no Brasil.