A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), criticou nesta terça-feira (15) os salários acima do teto constitucional para servidores públicos, classificando-os como “ilegais e imorais”. A declaração ocorreu durante uma coletiva no Ministério da Fazenda, onde Tebet destacou que cortar esses vencimentos exorbitantes pode ser uma das estratégias adotadas pelo governo para reduzir despesas. O comentário da ministra reforça a necessidade de ajustes fiscais, uma pauta crescente no governo Lula (PT) diante das pressões do mercado financeiro e da promessa de alcançar um déficit zero em 2024.
Tebet mencionou que o corte desses salários depende de uma decisão de Lula, que ainda precisa discutir o tema com o Congresso Nacional. Segundo a ministra, a equipe econômica já definiu um conjunto de medidas que será levado ao petista. Apesar das perguntas dos jornalistas, Tebet evitou detalhar as medidas específicas que serão incluídas na próxima fase do ajuste fiscal, limitando-se a dizer que há “até 30 medidas” previstas para serem apresentadas ao longo do tempo.
Entre as propostas de ajuste, a revisão de subsídios da União e a modernização das vinculações orçamentárias estão no foco do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad (PT). A expectativa é que essas reformas impactem benefícios sociais e subsídios, o que pode enfrentar resistência dentro da base governista, preocupada com a perda de popularidade. Enquanto isso, Tebet segue com seu discurso contra os “privilégios”, sinalizando que o governo buscaria consolidar uma política fiscal mais austera, embora o desfecho dessas discussões ainda dependa da articulação política no Congresso.