Um relatório feito pela missão da ONU na Venezuela aponta que o governo do ditador Nicolás Maduro cometeu diversos crimes contra a humanidade durante as eleições de 2024. Foram citadas ocorrências de privação de liberdade, tortura e violência sexual contra opositores. Segundo o documento, foram ao menos 25 mortes em protestos nos primeiros dias após os resultados da eleição. Duas das vítimas eram crianças. Cerca de oito pessoas foram mortas por armas de fogo, executadas por membros das forças de segurança do país e civis apoiadores do governo.
Conforme a entidade internacional, houve prisões de líderes políticos e ativistas da oposição depois que Maduro foi anunciado como presidente. A missão da ONU relata que, após os resultados, “as autoridades iniciaram uma campanha sem precedentes de detenções indiscriminadas em massa”. Nesse período, a missão foi informada sobre 158 crianças detidas em protestos e acusadas de terrorismo pelo país.
A ONU investigou que, na maioria dos casos, os venezuelanos presos eram acusados de terrorismo ou traição ao Estado. Essas acusações eram feitas sem investigação prévia ou provas estabelecidas para justificar a detenção. Além disso, as prisões aconteciam sem que houvessem mandados e não era informado ao detento o motivo da prisão.
Também foram relatadas ocorrências de importunação e assédio sexual, negação de direitos reprodutivos e outras violações contra mulheres, o que caracteriza violência de gênero.