A inflação no Brasil voltou a ganhar força em setembro, com uma alta de 0,44%, após ter registrado a primeira queda em 14 meses no mês anterior, segundo dados do IBGE. A principal responsável pela aceleração foi a alta nas tarifas de energia elétrica, que pressionou o IPCA e deixou o índice acumulado em 12 meses em 4,42%, próximo ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Analistas do mercado já revisam suas expectativas, projetando que a inflação pode chegar a 4,38% até o fim de 2024.
Antes da divulgação do dado oficial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reconheceu que os preços da energia e dos alimentos foram os maiores responsáveis pelo aumento da inflação, mas tentou minimizar o impacto ao afirmar que “os núcleos de inflação estão bem comportados”. Entretanto, a adoção da bandeira vermelha nas contas de luz e os efeitos da estiagem sobre a oferta de alimentos, como carnes e frutas, mostram que o cenário segue pressionado por fatores climáticos, dificultando o controle do governo, na visão do ministro petista.
Além da energia elétrica, o grupo de alimentação e bebidas também contribuiu para a alta do índice, com destaque para o aumento dos preços do mamão, da laranja-pera e da carne bovina. Apesar de algumas quedas pontuais, como no setor de combustíveis, a inflação mostra sinais de resistência, mantendo-se acima das metas do governo.