A Polícia Militar de São Paulo investiga o possível envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) no financiamento de campanhas eleitorais municipais, especialmente em cidades menores do estado. A preocupação foi levantada após o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, responsável pela inteligência da PM, relatar em um evento de segurança pública que a facção criminosa estaria utilizando empresas de fachada para patrocinar candidatos, com o objetivo de obter vantagens em futuras licitações públicas. A investigação sugere que esse esquema pode comprometer a integridade das eleições e favorecer candidatos que facilitariam as operações do tráfico de drogas.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo está em contato próximo com a PM para acompanhar o andamento das investigações. O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco, expressou preocupação com a influência do PCC no processo eleitoral e afirmou que espera que a Polícia Militar compartilhe todas as informações relevantes para que as ações conjuntas sejam mais eficazes. Segundo apuração do UOL, uma reunião entre o Centro de Inteligência da PM e os promotores do Gaeco está marcada para a esta semana para discutir a estratégia de combate a essa interferência criminosa.
A aliança entre o PCC e certos candidatos contrasta com a postura mais rigorosa defendida por políticos alinhados ao bolsonarismo, que têm como uma de suas principais bandeiras a luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas. A PM de São Paulo, em colaboração com outros órgãos de segurança, trabalha para garantir que as eleições ocorram sem interferências e que todos os candidatos possam competir em condições justas e a mão do crime no processo democrático.