O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (15) que seu regime não interferiu nas alegações de fraude feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições presidenciais no Brasil. Maduro ressaltou que a disputa sobre a transparência das eleições brasileiras foi decidida pela Justiça do Brasil, sem interferências de outros governos. Ele destacou que, mesmo com as acusações feitas pelo líder da direita brasileira contra o processo eleitoral, a Venezuela não se manifestou publicamente sobre o assunto, mantendo uma postura de não praticar “diplomacia de microfone”.
A declaração de Maduro veio em resposta às críticas de Lula e do presidente colombiano, Gustavo Petro, que cobraram transparência nas eleições venezuelanas, em que Maduro se declarou vitorioso com mais de 51% dos votos, sem apresentar as atas eleitorais nem aceitar auditoria do processo. Enquanto Petro sugeriu novas eleições e o levantamento das sanções contra a Venezuela, Maduro rebateu, afirmando que os problemas do país devem ser resolvidos internamente, conforme as leis e a Constituição venezuelanas, evitando comentários da comunidade internacional e deixando que as instituições controladas por ele decidam sobre o caso.
Maduro também comparou a reação de Jair Bolsonaro após o resultado eleitoral anunciado pelo TSE com as atitudes da oposição venezuelana, representada por María Corina Machado. Segundo ele, a oposição segue uma linha semelhante à do ex-presidente brasileiro, mas reforçou que a Venezuela sempre condenou a suposta violência e o fascismo da oposição, omitindo o fato de que o regime reprimiu com força as manifestações da oposição venezuelana desarmada, que exigia uma contagem transparente dos votos.