Desde que Lula voltou ao poder em 2023, as estatais federais têm registrado prejuízos crescentes. Só no primeiro semestre de 2024, o déficit primário dessas empresas atingiu R$ 2,9 bilhões, um aumento de 81,3% em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 1,6 bilhão. A gestão de Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, havia conseguido um superávit de R$ 6,5 bilhões nos primeiros seis meses de 2022.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 estabeleceu um déficit primário de R$ 7,3 bilhões para as estatais federais, mas a nova estimativa reduz o saldo negativo para R$ 4,2 bilhões, excluindo investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O assessor econômico da Fecomercio-SP, Fábio Pina, critica a justificativa de função social para os gastos públicos e reforça a necessidade de eficiência e responsabilidade fiscal no setor público. “A Fecomercio-SP acredita que essa visão não seja a mais adequada, sem discordar da importância dos serviços públicos”, disse Pina ao Poder360.
Entre as principais estatais, os Correios registraram um déficit de R$ 1,5 bilhão, e a Emgepron teve um saldo negativo de R$ 651,3 milhões. Em contrapartida, a ENBPar apresentou um superávit de R$ 385,2 milhões, e a Infraero registrou um superávit de R$ 237,8 milhões. Empresas como a Dataprev e a Hemobrás atribuíram seus resultados negativos a fatores como aumento de saídas de caixa e grandes volumes de investimentos.