A indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB) para a Prefeitura de São Paulo causou forte reação negativa entre pré-candidatos da esquerda. Araújo, conhecido por sua atuação policial na Rota e por suas posições conservadoras, pode fortalecer a Guarda Civil Metropolitana (GCM) contra o crime e as invasões apoiadas por Guilherme Boulos (PSOL). A nomeação foi confirmada na sexta-feira (21) pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após um evento sobre a extensão da linha 5 do metrô, que vai chegar ao Jardim Ângela.
A escolha de Araújo gerou desconforto entre figuras da esquerda, alinhadas com a pauta de enfraquecimento da força pública, como Guilherme Boulos que criticou a indicação, afirmando que “a escolha do Coronel Mello Araújo para vice de Ricardo Nunes deixa claro que é Jair Bolsonaro quem vai mandar na cidade caso o prefeito seja reeleito”. Boulos também acusou Nunes de ser submisso a Bolsonaro em troca de apoio eleitoral. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) também expressou sua desaprovação, dizendo que “se o prefeito Ricardo Nunes resistiu ao nome do Ricardo Mello Araújo é porque não o queria como seu vice. Se foi forçado a aceitá-lo, é porque quem manda na sua candidatura é o Bolsonaro”.
Mello Araújo, de 53 anos, tem uma carreira marcada pela liderança na Polícia Militar paulista, especialmente no comando da Rota, unidade conhecida pela atuação enérgica contra o crime, problema que é considerado um dos principais entre o eleitorado paulistano. Além disso, Araújo foi presidente do Ceagesp e é um fervoroso defensor de pautas conservadoras, frequentemente criticando o STF.