O governo venezuelano proibiu todos os voos provenientes da Argentina de sobrevoar seu espaço aéreo, em uma ação de retaliação após a retenção e subsequente remoção de um avião da Venezuela pelos Estados Unidos, com permissão das autoridades argentinas.
A aeronave em questão, um Boeing 747 pertencente à estatal venezuelana Emtrasur, estava retida no aeroporto de Ezeiza, na Argentina, por quase dois anos. As autoridades argentinas detiveram os 19 tripulantes do voo, suspeitando de atividades terroristas, mas posteriormente os liberaram por falta de provas.
“Isso faz parte de uma retaliação que a Venezuela tomou porque a Argentina aceitou a ordem de confiscar o avião da Emtrasur Cargo, ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A Argentina não se permitirá ser extorquida por amigos do terrorismo”, disse o porta-voz da Casa Rosada.
Em resposta o chanceler venezuelano Yvan Gil disse no seu perfil de X: “O governo neonazista da Argentina não é apenas submisso e obediente ao seu mestre imperial, mas também tem um porta-voz cara de pau: o Sr. Manuel Adorni finge ignorar as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela, que foram advertidos repetidamente antes do ato criminoso cometido contra a EMTRASUL. A Venezuela exerce plena soberania em seu espaço aéreo e reitera que nenhuma aeronave, proveniente ou com destino à Argentina, poderá sobrevoar nosso território”.
Os EUA alegam que o avião foi fornecido pela companhia aérea iraniana Maham Air, sujeita a sanções dos EUA, tornando a venda da aeronave possível apenas com autorização do governo americano. Após deixar a Argentina, o avião foi levado para o sul da Flórida, onde seria desmontado pelo Departamento de Justiça dos EUA.
A proibição venezuelana já está afetando rotas para destinos populares, como Nova York, Miami e Punta Cana, impactando especialmente a estatal Aerolíneas Argentinas.