O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, voltou a exigir retratação de Lula e subiu o tom de crise diplomática com o Brasil.
Katz destacou a ignorância do petista sobre o holocausto e afirmou que a comparação foi “delirante”. “Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas”, disse o chanceler ao marcar o perfil do presidente brasileiro em mensagem em português publicada no X.
“Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler? Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?”, questionou o diplomata israelense.
O ministro detalhou as diferenças entre a truculência cometida durante a era Hitler na Alemanha e a guerra que corre em Gaza desde 7 de outubro do ano passado, quando o grupo terrorista palestino Hamas invadiu comunidades do sul de Israel e matou brutalmente cerca de 1.200 pessoas e sequestrou 250.
“Hitler levou milhões de pessoas para guetos, roubou suas propriedades, as usou como trabalhadores forçados e depois, com brutalidade sem fim, começou a assassiná-las sistematicamente”, descreveu.
A crítica ocorreu nesta terça-feira, 20, ao fazer nova cobrança para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva peça desculpas aos judeus por fala em que o petista comparou ação militar em Gaza ao Holocausto.
Apesar da desastrosa declaração de Lula, que coloca o Brasil no submundo da história perante o mundo, não há indícios de que o petista irá se retratar. Apoiadores do governo apoiam as falas que atacam Israel. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, acusa o governo de Israel de distribuir conteúdo falso e disse que o chanceler israelense atribui a Lula “opiniões que jamais foram ditas por ele”, afirmou Pimenta. A presidente do PT, Gleise Hoffman disse em sua rede social que Netanyahu é “um fascista”.
A resposta de Netanyahu ao presidente @LulaOficial confirma a truculência do chefe de um governo de extrema-direita que está levando seu país ao desastre e ao repúdio da comunidade internacional. Ignora que o Brasil não é mais governado por um fascista como ele. Netanyahu devia…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 19, 2024
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em sessão no Congresso, nesta tarde de terça-feira (20) cobrou uma retratação do presidente do Executivo a Israel.
“O Senado Federal não pode aderir, compactuar ou se calar diante de qualquer afirmação de quem quer que seja, inclusive do senhor presidente da República, que compare a ação militar que está ocorrendo na Faixa de Gaza com o Holocausto. O genocídio com o povo judeu perpetrado pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial. Não há definitivamente, base de comparação da realidade atual, com isso que viveu o povo judeu, que foi seguramente uma das maiores atrocidades da humanidade. Uma fala dessa natureza deve render uma retratação. É fundamental que haja uma retratação e o esclarecimento com um pedido de desculpas a uma parte da fala que estabelece essa premissa equivocada”. Declarou Pacheco.
Lula quebra tradição diplomática mediadora do Brasil
A fala de Luís Inácio Lula da Silva quebra a tradição do Brasil de neutralidade e mediador de crises internacionais. É conhecido na política internacional por sua atuação na criação do Estado de Israel. Osvaldo Aranha foi o político e diplomata brasileiro que atuou como presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947, quando presidiu a sessão da Assembleia Geral da ONU que aprovou a Resolução 181, também conhecida como Plano de Partilha da Palestina, que estabeleceu a criação do Estado de Israel, em 1947.
Por seus esforços na situação palestina, foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, de 1948.