Após Lula ser declarado “persona non grata” em Israel e o governo Netanyahu ter uma reunião com o embaixador do Brasil, o governo convoca embaixador de volta para Brasília.
O que começou como uma ofensa que parecia que iria ficar com réplicas do governo de Israel, se transformou em uma crise diplomática após Israel criar responsabilidade pelos comentários do Lula.
Seus recentes comentários compararam a ofensiva militar em Gaza com o Holocausto e implicitamente Netanyahu com Hitler.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, classificou os comentários de Lula como “vergonhosos”. Em resposta, Katz declarou Lula “persona non grata” em Israel e convocou o embaixador do Brasil em Jerusalém, Frederico Meyer, para uma reunião no centro memorial do Holocausto Yad Vashem.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, convocou o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião no Rio de Janeiro. No encontro, Vieira expressou sua insatisfação com o tratamento recebido pelo embaixador brasileiro em Israel e pelo presidente Lula durante sua visita a Jerusalém.
Após reuniões e consultas, o governo PT chamou seu embaixador em Israel de volta para “consultas”. Por enquanto, o cargo ficará vago enquanto as relações quase congeladas são redefinidas. Como nenhum dos governos, nem o ofensor nem o ofendido, parecem dar um passo atrás, a crise só se aprofundará.
As tensões entre os dois países se agravam enquanto continua a ofensiva israelense em Gaza, lançada em resposta aos ataques do grupo terrorista islâmico Hamas. Segundo dados das autoridades israelenses, o conflito deixou um saldo de mais de 1.160 mortos em Gaza e pelo menos 29.000 feridos.
As declarações de Lula, que voltou ao poder em janeiro de 2023, têm gerado intenso debate tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Segundo o reportado pelo 011, a Confederação Israelita do Brasil repudiou as falas do Lula: “essa distorção perversa da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.