No ano de 2023, as despesas do Governo Federal atingiram a cifra recorde de R$ 2,162 trilhões, representando um aumento de 12,45% em termos reais em relação a 2022. Esse expressivo crescimento dos gastos contribuiu para um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, o segundo pior da história, ultrapassando as projeções feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O petismo atribui o rombo, em parte, ao pagamento de precatórios postergados pela gestão do ex-ministro de economia Paulo Guedes, totalizando R$ 92,4 bilhões. Mesmo excluindo esse montante, os gastos públicos ainda ultrapassariam os R$ 2 trilhões, com um aumento de 7,6% em termos reais. Além disso, medidas como a PEC da transição, que autorizou um gasto adicional de R$ 168,9 bilhões, e a decisão de compensar perdas de arrecadação dos estados, contribuíram para o agravamento da situação fiscal.
Diante desse cenário, a equipe econômica liderada por Lula (PT) busca equilibrar as contas por meio do aumento da arrecadação. Entretanto, a ausência de medidas concretas para cortar gastos públicos preocupa economistas. Enquanto medidas para revisar despesas são prometidas, analistas alertam que a dependência contínua do aumento da arrecadação pode tornar insustentável o desafio de zerar o déficit em 2024, com estimativas indicando um rombo de cerca de R$ 90 bilhões.