As negociações entre Israel e o Hamas para deter a escalada de violência em Gaza tomaram um novo rumo com a apresentação de uma proposta de cessar-fogo pelo Catar. Esta iniciativa contempla um cessar-fogo de seis semanas, com uma proposta de troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. O plano surgiu após uma reunião em Paris entre representantes do Catar, Israel, Estados Unidos e Egito, e está sendo avaliado pelo Hamas, segundo declarações do líder político do grupo, Ismail Haniye.
Funcionários próximos às conversas afirmaram que ainda há uma série de detalhes a serem resolvidos antes que um acordo possa ser alcançado. O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdelrahman al Thani, destacou os “progressos notáveis” alcançados durante a reunião em Paris, enquanto o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, confirmou que um trabalho importante e produtivo foi realizado.
Haniye reiterou a posição do Hamas de buscar um cessar-fogo que interrompa a ofensiva israelense em Gaza e garanta a retirada completa das forças de ocupação. Ele também expressou a disposição do grupo em considerar qualquer iniciativa séria e prática que contribua para alcançar um acordo de cessar-fogo, bem como uma troca de prisioneiros e um processo de reconstrução de Gaza.
Embora o Hamas esteja disposto a considerar uma solução gradual, insiste que o objetivo final deve ser um cessar-fogo permanente. No entanto, alguns setores do governo israelense manifestaram oposição ao plano de trégua proposto pelo Catar. O ministro israelense de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, ameaçou com a dissolução do governo se o plano multilateral avançar.
Enquanto isso, a agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, enfrenta dificuldades financeiras devido à suspensão do financiamento por parte de vários países. Esta situação se agrava com a acusação de Israel de que 12 dos 30.000 funcionários regionais da UNRWA estão envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro, levando à suspensão dos fundos por pelo menos 16 países.