A demora pela reestruturação do Fies, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, preocupa uma boa parcela dos estudantes que não consegue pagar pelo financiamento. O Ministro da Educação, Camilo Santana, chegou a prever que o redesenho do programa ocorreria ao longo de 2023. Mas nada disso saiu do papel. Novamente, chefe da pasta volta a fazer promessas de que o texto será encaminhado ao Congresso ainda este mês, mas a iniciativa dependo da aprovação da Casa Civil, por exemplo.
O Fies tem como objetivo financiar os estudos em faculdades e universidades da rede privada, a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Mas o número de beneficiados vem caindo ao longo dos últimos anos. Em 2016, houve 203 mil contratos – um número maior do que os que foram feitos entre 2020 e 2023.
Recentemente, Camilo Santana sinalizou que o programa deve voltar com o financiamento total das mensalidades dos cursos. Ele chegou a dizer, em entrevista, que o número de vagas do Fies também deve diminuir para 100 mil ao ano, com critérios mais rígidos para evitar a inadimplência. Em nota, o MEC afirmou que a discussão para reestruturação do Fies segue no âmbito do grupo de trabalho da pasta.
Enquanto nada disso se revolve, estudantes de todo o país enfrentam dificuldades, mês após mês, para arcar com as mensalidades, reajustadas a cada semestre. Endividados e sem saída, muitos são obrigados a abandonar, pelo caminho, o sonho do ensino superior.