O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comunicou a exoneração de Marta Suplicy do cargo de secretária de Relações Internacionais, em decorrência de sua reunião com Lula (PT), na qual ela aceitou retornar às fileiras do petismo e compor a chapa PSOL-PT para a prefeitura de São Paulo, desta vez como vice de Guilherme Boulos (PSOL). Em uma carta entregue a Nunes, Marta expressou gratidão à equipe e indicou que, dada a atual conjuntura política da cidade, decidiu, de comum acordo, renunciar ao cargo. Ela destacou que o cenário atual difere daquele em que aceitou o convite, em janeiro de 2021, feito pelo prefeito falecido Bruno Covas.
Segundo fontes citadas pela CNN e pela Rede Globo, Ricardo Nunes alegou aos seus auxiliares que a negociação de Marta com o PT contou com a participação ativa de seu marido, presente na reunião com Lula. O prefeito expressou sua decepção com a mudança de lado e agora terá que concorrer contra Marta, que até pouco tempo era considerada parte fundamental de sua equipe na prefeitura.
A decisão de Marta de integrar a chapa de Boulos ocorre em um momento de proximidade entre o atual prefeito e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, ela apoiou a candidatura de Lula, sinalizando concordância de ideias com o petismo. Enquanto isso, Boulos não confirmou nem desmentiu o acordo com Marta, enfatizando que a negociação está sendo conduzida pelo PT. A escolha de vice pelo PT foi acertada com o PSOL, envolvendo a desistência de Boulos em 2022 para apoiar Fernando Haddad (PT), marcando uma época de articulações dos partidos de esquerda na maior cidade do país.