Durante um café da manhã com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou que o governo encerrará o ano com um déficit de aproximadamente R$ 130 bilhões, correspondendo a 1,3% do PIB. Haddad atribuiu a situação a um “problema fiscal herdado do governo anterior”, responsabilizando diretamente a gestão do ministro Paulo Guedes e ressaltando que a estimativa já estava em vigor antes da atual administração. O ministro esclareceu que esse valor inclui uma compensação de R$ 20 bilhões aos estados pelas perdas relacionadas à redução do ICMS durante o governo Bolsonaro (PL).
Contudo, a omissão da consideração para o pagamento pendente de R$ 90 bilhões em precatórios, atrasado devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), suscita questionamentos sobre a real magnitude do déficit. Enquanto Haddad assegura que o governo trabalhará para atingir um déficit zero a partir de 2024, a ausência de menção aos precatórios destaca uma lacuna importante na equação financeira apresentada.
A busca pela meta de déficit zero a partir de 2024, conforme declarado por Haddad, gera dúvidas entre críticos, que se questionam se tal objetivo será alcançado. E qual meio será utilizado para isso, com aumento de arrecadação ou com crescimento econômico, especialmente considerando as desidratações de algumas medidas enviadas ao Congresso Nacional. Haddad também assegurou que a Fazenda continuará perseguindo a meta de equilíbrio fiscal, mencionando a possibilidade de novas medidas legislativas ou até mesmo buscando recorrer ao Supremo Tribunal Federal para eliminar o déficit nas contas públicas.