Os candidatos barrados da oposição na Venezuela, que sofrem inabilitações políticas, agora terão a chance de apresentar seus casos perante o principal tribunal do país. Essa decisão, anunciada em conjunto pelo governo venezuelano e pela oposição, garante a continuidade da flexibilização das sanções contra o governo de Caracas.
De acordo com um comunicado compartilhado nas redes sociais pela Noruega, país observador nas negociações entre governo e oposição, os candidatos podem apresentar suas petições entre 1 e 15 de dezembro. O Tribunal Constitucional decidirá sobre a admissibilidade dos processos e a proteção solicitada, conforme detalhado no comunicado.
No entanto, aqueles que levarem seus casos ao tribunal “não podem desrespeitar o Estado e devem obedecer à Constituição do país”, enfatizou o comunicado.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional venezuelana, homem-chave de Maduro e chefe da equipe de negociação do governo, expressou satisfação com o desenvolvimento mais recente, afirmando nas redes sociais: “Hoje demos mais um passo na direção certa.” Gerardo Blyde, chefe da equipe de negociação da oposição, ecoou esse sentimento, observando que o anúncio está alinhado com o acordo de outubro entre as duas partes sobre as eleições presidenciais de 2024.
Em outubro, os EUA anunciaram que aliviariam por seis meses algumas sanções da indústria petrolífera e suspenderam a proibição de negociação de títulos em troca de um acordo, que incluía a revogação das proibições a políticos da oposição.
A decisão do governo venezuelano significa um alinhamento parcial dos seus interesses com os EUA, pois obedecendo as petições de Washington, o governo de Maduro permanece no poder.
O governo da Venezuela vem melhorando suas condições de estabilidade não só com Washington, mas também com a União Europeia, que conta com um grupo majoritário de 27 países que decidiu suspender as sanções estritas aplicadas contra o governo socialista.