Após sua vitória nas eleições presidenciais, Milei começou a moderar seu discurso em relação a potências como Brasil e a coalizão geopolítica, os BRICS.
Em documento oficial entregue ao chanceler brasileiro Mauro Vieira pela futura chanceler do governo Milei, Diana Mondino, o presidente eleito disse que deseja “que o tempo em comum como presidentes e chefes de governo seja uma etapa de trabalho frutífero e de construção de laços que consolidem o papel que Argentina e Brasil podem e devem cumprir no acordo das nações”.
Milei reconheceu que os laços entre Brasil e Argentina são históricos e ultrapassam as lideranças temporárias dos respectivos países. “Desejamos”, continuou Milei no seu documento, “seguir compartilhando áreas de complementariedade a nível de integração física, comércio e presença internacional, que permitem que toda esta ação conjunta se traduza, para ambos os lados, em crescimento e prosperidade para argentinos e brasileiros”.
Na visão diplomática do seu novo governo, parece existir um entendimento de que o Brasil como principal parceiro comercial, pode ser um apoio estratégico para superar a crise econômica da Argentina. Portanto, Milei decidiu convidar Lula à posse em dezembro, com um trato neutral.
Os principais clientes da Argentina são Brasil, China e Estados Unidos; os governos de dois desses três países foram alvo de críticas constantes de Milei, que agora decidiu por razões financeiras e da realidade de poder, aterrizar seu discurso e sua política para conseguir os objetivos propostos na sua campanha que, num cenário maior, deve resultar na superação da crise nacional.