Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Javier Milei delineou os pontos cruciais de seu próximo governo, destacando a crítica situação da Argentina e enfatizando a necessidade de mudanças drásticas.
Milei começou expressando seu agradecimento aos cidadãos que atuaram como fiscais em seu espaço, assim como a Mauricio Macri e Patricia Bullrich, que apoiaram sua candidatura. Ele afirmou que a noite deste domingo marca o início da “reconstrução da Argentina”, qualificando-a como histórica.
Sem perder tempo, Milei concretizou os principais caminhos a ser tomados para sair da crise econômica.
Sobre a inflação, o presidente eleito disse que “a evidência empírica para o caso argentino diz que se você cortar hoje com a emissão monetária, esse processo leva entre 18 e 24 meses para destruí-la e levá-la aos níveis mais baixos internacionais”.
Ainda que Milei recuasse um pouco na sua retórica após o primeiro turno, no seu discurso no Hotel Libertador ratificou suas intenções com a dolarização e o Banco Central. “Fechar o Banco Central é um slogan de natureza moral porque para nós roubar é errado”, sentenciou Milei. “Dolarizar”, acrescentou, “é a moeda em que o faz, mas o eixo central é fechar o Banco Central, depois a moeda será a que os argentinos escolherem livremente. No fundo você quer dolarizar para tirar o Banco Central de cima”.
Propostas drásticas, disruptivas, que Milei quer aplicar precisam de apoios abrangentes e mostrou estar ciente disso: “Estamos dispostos a trabalhar com aqueles que querem abraçar as ideias da liberdade. E acho que dentro do PJ (Partido Justicialista, de esquerda) há partes que estão dispostas a fazê-lo. Nós vamos receber a todos”.
Assim como a governabilidade está nas prioridades do presidente eleito, o conflito social também está, e sobre o assunto disse que irá “governar com a lei, aqui a lei é cumprida e aqueles que querem sustentar seus privilégios com métodos violentos não terão os privilégios e se estiverem fora da lei receberão as penas pertinentes”.
Para Milei, as prioridades já estão traçadas e mostrou estar pronto para o que ele considera o começo de uma nova era para o país: “Começamos a virar a página da nossa história e retomamos o caminho que nunca deveríamos ter perdido”, sentenciou o novo presidente eleito.