Sindicatos e movimentos de esquerda em Minas Gerais estão organizando uma greve estadual para 7 de novembro, terça-feira, em protesto contra as medidas do governador Romeu Zema (Novo). No entanto, essas ações têm despertado preocupações quanto à real necessidade e aos impactos econômicos e sociais em um estado que tenta recompor suas contas e busca aplicar um plano de austeridade.
As discussões das propostas de Zema tiveram início na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no início de outubro, com duas propostas em pauta. A primeira diz respeito ao Plano de Recuperação Fiscal, um passo fundamental para que o Estado adira ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Entre as medidas, o projeto prevê o congelamento dos salários dos servidores públicos por nove anos, permitindo apenas duas recomposições de 3%.
A segunda proposta é uma Emenda à Constituição (PEC) que flexibiliza a necessidade de realização de um referendo popular para privatizar empresas estatais em Minas Gerais. O foco do governador é facilitar a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
Essas medidas, que visam à eficiência e à austeridade, são questionadas pelos sindicatos e movimentos de esquerda, que veem seus privilégios ameaçados com as possíveis privatizações que poderiam aumentar o nível de exigência dos funcionários, além de demitir aqueles que entrem em greve por motivos políticos.