Se nada mudar no cenário político da Argentina, as medidas do atual governo de esquerda devem levar a inflação aos astronômicos 300% no ano que vem. A projeção foi feita pelo ex-ministro Domingo Cavallo, que comandou a economia do país entre 1991 e 1996 na gestão de Carlos Menem, e em 2001, no curto governo de Fernando De La Rua.
Para Cavallo, essa aceleração descontrolada na alta dos preços vai ocorrer, principalmente, porque o déficit fiscal está crescendo devido aos aumentos de gastos e de reduções de impostos praticados pelo governo do presidente Alberto Fernández. O atual chefe de estado é um apoiador de Sergio Massa que disputa a presidência do país com o liberal Javier Milei.
Sobre o câmbio, o ex-ministro acredita que após o segundo turno das eleições, em 19 de novembro, é muito provável que o governo decida ajustar a taxa oficial para trazê-la ao nível da taxa de câmbio de exportação, que hoje ronda os 500 pesos.
O país vizinho também vem sofrendo com a falta de gasolina e de diesel. A situação ocorre em meio a problemas internos com o refino, além da escassez de dólares, o que atrasou as importações. É preciso mudar antes que seja tarde demais.